A confiança dos pequenos empreendedores de Minas Gerais apresentou uma recuperação moderada no segundo trimestre de 2025.

O Índice de Confiança dos Pequenos Negócios (ISCON), divulgado pelo Sebrae Minas, revelou que em junho o indicador chegou a 104 pontos. Embora tenha registrado uma queda de dois pontos em relação a maio, o valor permanece acima dos 97 pontos verificados em abril, indicando um cenário sustentável de otimismo.

Apesar das variações mensais, o índice estabiliza-se próximo aos 100 pontos, sugerindo um ambiente empresarial mais equilibrado. Segundo a analista do Sebrae Minas, Izabella Diniz, essa postura reflete prudência diante dos ajustes necessários no mercado: “Mesmo com fatores externos positivos, como a inflação controlada e melhora no consumo, a alta dos juros e a insegurança regulatória limitam decisões estratégicas para os pequenos negócios”.

Microempresas registram destaque positivo

O período marcou desempenho favorável para as microempresas, que alcançaram 108 pontos em junho, mantendo-se consistentemente acima da média do índice geral. No entanto, as Empresas de Pequeno Porte (EPP) mostraram retração, fechando com 95 pontos. Já os Microempreendedores Individuais (MEIs) apresentaram leve desaceleração, atingindo 103 pontos — ainda assim, mantendo indicador positivo, mas inferior ao de maio.

Construção civil se sobressai no otimismo

Dentre os principais setores, a construção civil se destacou com aumento significativo no índice de confiança, saltando de 98 para 121 pontos em junho, o maior nível entre todos os segmentos analisados. O comércio também teve avanço expressivo, atingindo 107 pontos, enquanto o setor de serviços manteve estabilidade, com 100 pontos. Por outro lado, a indústria sofreu recuo, encerrando o mês com 96 pontos.

Cautela devido ao cenário regulatório limita decisões

A análise dos subíndices evidencia o clima de atenção entre os empresários mineiros. O Índice de Situação Recente (ISR), que mede o desempenho dos últimos três meses, caiu ligeiramente de 80 para 79 pontos. O Índice de Situação Esperada (ISE), que avalia as expectativas para os próximos três meses, também desacelerou, passando de 119 para 116 pontos. Segundo Izabella Diniz, “o empreendedor mineiro, sobretudo os de pequeno porte, necessita de previsibilidade e acesso facilitado ao crédito para crescer. Enquanto esses fatores não estiverem assegurados, o otimismo virá acompanhado de prudência”.

Como o ISCON mede a saúde dos pequenos negócios

O ISCON avalia a trajetória das empresas a partir da percepção do desempenho passado próximo e das expectativas futuras. Um índice acima de 100 indica expansão das atividades. Quando igual a 100, sugere estabilidade e, abaixo de 100, aponta para retração.

Produzido pelo setor de Inteligência do Sebrae, o estudo compila dados estratégicos focados nos pequenos negócios. A plataforma oferece análises socioeconômicas, setoriais e locais, auxiliando empreendedores, gestores públicos e entidades empresariais a tomar decisões embasadas. Essa visão abrangente contribui para o desenvolvimento econômico regional com base em informações qualificadas.

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