Na madrugada deste domingo, o Oriente Médio viveu mais um episódio de tensão elevada.
O Irã lançou mísseis contra três regiões de Israel, incluindo a movimentada cidade costeira de Tel Aviv. Esse ataque deixou pelo menos 23 feridos e aumentou o medo de um conflito ainda mais grave. As ofensivas iranianas aconteceram pouco tempo depois de os Estados Unidos realizarem bombardeios contra três instalações nucleares do Irã.
Em Tel Aviv, no bairro de Ramat Aviv, vários prédios residenciais sofreram danos graves. Durante uma vistoria, o prefeito Ron Huldai afirmou: “As casas foram atingidas com muita gravidade.” Ele ressaltou que a maioria das pessoas estava em abrigos, evitando vítimas fatais. “Os danos materiais são enormes, mas não tivemos mortes,” complementou.
Haifa e Ness Ziona também foram atingidas
Além de Tel Aviv, as cidades de Haifa, no norte de Israel, e Ness Ziona, ao sul da capital, foram alvo dos ataques. A polícia local enviou equipes de emergência para atender os feridos. Imagens mostram Haifa com uma praça repleta de detritos e vários estabelecimentos comerciais gravemente danificados.
O diretor do serviço de emergência israelense Magen David Adom confirmou que 23 pessoas sofreram ferimentos, sendo dois em estado moderado e o restante com feridas leves. O Exército de Israel informou que cerca de duas salvas de mísseis partiram do território iraniano por volta das 7h30 locais (1h30 no horário de Brasília).
Trump anuncia ataques a instalações nucleares iranianas
A ofensiva iraniana sucedeu uma operação coordenada pelos Estados Unidos. Na noite anterior, o então presidente Donald Trump declarou que os EUA destruíram com sucesso três instalações nucleares do Irã.
Em seu comunicado, Trump afirmou: “Os ataques foram um sucesso militar espetacular. As principais instalações de enriquecimento nuclear do Irã foram completamente destruídas.” Ele chamou o Irã de “valentão do Oriente Médio” e exigiu que o regime opte pela paz, avisando que ataques futuros serão maiores e mais fáceis de realizar.
Trump ainda relembrou décadas de hostilidade: “Por 40 anos, o Irã grita ‘morte à América, morte a Israel’. Perdemos muitos soldados e tivemos feridos devido a ataques.”
Israel apoia plenamente os EUA
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu manifestou apoio às ações americanas, agradecendo a Trump pelo suporte militar. Em entrevista, afirmou: “A operação conjunta foi crucial para neutralizar a ameaça nuclear iraniana, mesmo com a negação de Teerã.” Netanyahu confirmou que Israel também atacou alvos militares e nucleares iranianos dias antes.
“Os ataques continuarão enquanto for necessário. Nosso objetivo é impedir que sejamos aniquilados,” destacou.
Medo cresce de um conflito mais amplo
O centro das disputas está na suspeita de que o Irã busca desenvolver uma arma nuclear. Em resposta, Israel lançou um ataque preventivo, ampliando o clima de tensão na região.
Teerã nega essas acusações, garantindo que seu programa nuclear é pacífico e que negociava com Washington para reafirmar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual é signatário.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aponta violações do Irã, mas não apresenta provas definitivas da fabricação de armas nucleares. O governo iraniano acusa a agência de agir com viés político, influenciada por nações ocidentais como Estados Unidos, França e Reino Unido.
Um relatório da inteligência norte-americana apontou que o Irã não estava desenvolvendo armas nucleares, porém essa avaliação foi contestada pelo próprio Trump.
Programa nuclear de Israel é mantido em sigilo
Apesar de criticar o programa iraniano, Israel nunca confirmou oficialmente possuir armas nucleares. No entanto, estimativas indicam que o país mantém cerca de 90 ogivas desde os anos 1950.
Essa disparidade na pressão internacional compromete o diálogo e eleva o risco de um conflito generalizado no Oriente Médio.