Seminário sobre Reforma do Setor Elétrico destaca desafios e oportunidades em Minas Gerais

Na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), reuniu-se um grupo diverso de especialistas, empresários e autoridades para debater a Reforma do Setor Elétrico. O encontro foi motivado pela recente movimentação no Congresso Nacional referente à “Lei das Eólicas Offshore” e seus impactos no cenário energético do país.

Com a derrubada parcial de vetos presidenciais, o setor enfrenta um momento decisivo, visando avaliar as consequências das novas propostas para tarifas, meio ambiente e infraestrutura. A discussão aponta para a necessidade de equilíbrio entre sustentabilidade, impacto financeiro e desenvolvimento industrial.

Matriz energética em análise crítica

Na abertura, Bruno Melo Lima, presidente em exercício da FIEMG, ressaltou a importância de cuidar dos dispositivos que envolvem combustíveis fósseis, como o carvão e o gás natural. Segundo ele, preservar os vetos relacionados às térmicas é fundamental para evitar aumentos tarifários estimados em até 6%, protegendo o equilíbrio da matriz elétrica brasileira.

A indústria mineira assume papel central nesse debate, buscando construir uma agenda sustentável, financeiramente viável e justa para todos os agentes: consumidores, produtores e governo.

Estratégias para evitar altas nas tarifas de energia

A FIEMG articulou com outras entidades do setor produtivo e da sociedade civil para conter medidas que poderiam causar aumentos expressivos na conta de luz. Estimativas indicam que a manutenção parcial dos vetos evitou um reajuste que chegaria a 9%, limitando o impacto atual a cerca de 3%, resultado crucial para a competitividade da indústria nacional.

Essa mobilização evita desequilíbrios tarifários que prejudicariam diretamente consumidores residenciais e grandes consumidores industriais, garantindo maior estabilidade e previsibilidade ao setor.

Contribuição de especialistas e associações

O seminário contou com a presença de líderes relevantes do setor elétrico, como Marcos Madureira, da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE), e Fernando Teixeirense, da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (ABRACE). Ambos destacaram que o diálogo técnico e transparente é essencial para consolidar uma matriz energética que una eficiência econômica e responsabilidade ambiental.

Esse debate deve respeitar as diversidades regionais do Brasil e preservar a capacidade de investimento do setor produtivo, garantindo a sustentabilidade da oferta de energia.

Consumidores no foco das decisões energéticas

Tânia Mara Santos, gerente de Energia da FIEMG e membro do Conselho de Consumidores da Cemig, ressaltou a necessidade de ampliar a participação dos consumidores nos processos regulatórios. Ela destacou que o engajamento da sociedade traz legitimidade às decisões e contribui para políticas mais justas e transparentes.

A representante alertou ainda para os riscos de medidas mal concebidas no Congresso, que podem pressionar as tarifas e afetar os grupos mais vulneráveis economicamente, tornando urgente um debate inclusivo e com perspectiva social ampla.

Desafios e perspectivas no Congresso Nacional

O deputado federal Diego Andrade, presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara, apresentou as perspectivas legislativas e o compromisso com uma agenda equilibrada. Ele enfatizou que as demandas do setor industrial serão consideradas na construção de soluções que preservem o interesse público sem penalizar consumidores e empresas.

Andrade defendeu o fortalecimento de canais institucionais para garantir decisões técnicas e participação social efetiva, prezando por políticas de energia estáveis e planejadas para o longo prazo.

Compromisso com energia sustentável e acessível

A FIEMG reafirmou seu posicionamento em favor de um modelo energético previsível, eficiente e alinhado à responsabilidade ambiental. Para a entidade, proteger o consumidor e incentivar a indústria são metas que caminham juntas, demandando planejamento integrado e mobilização permanente dos diversos setores.

O alerta final é para manter a vigilância sobre qualquer iniciativa que possa aumentar custos, travar o desenvolvimento industrial ou comprometer a transição para fontes limpas. A participação ativa de todos, de consumidores a legisladores, é fundamental para o futuro da energia no Brasil.

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