A decisão do presidente dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados a partir de agosto gera preocupação intensa na economia do Brasil, especialmente em Minas Gerais.

Um estudo da Gerência de Economia e Finanças Empresariais da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) aponta que essa medida pode provocar perdas econômicas severas, totalizando R$ 175 bilhões no longo prazo. Além disso, o PIB brasileiro poderá cair 1,49%, com mais de 1,3 milhão de empregos sob risco.

Caso o Brasil adote uma retaliação similar, aplicando a mesma tarifa de 50% sobre produtos americanos, o PIB poderá sofrer uma retração ainda maior, chegando a R$ 259 bilhões (2,21%). Com isso, 1,9 milhão de vagas de trabalho poderiam desaparecer, junto com uma redução de R$ 36,18 bilhões na remuneração dos trabalhadores e R$ 7,21 bilhões na arrecadação fiscal.

O panorama das exportações brasileiras para os EUA

Os Estados Unidos são o segundo maior mercado para as exportações do Brasil, ficando atrás apenas da China. Em 2024, os embarques para os EUA atingiram cerca de US$ 40,4 bilhões, representando 1,8% do PIB brasileiro.

Os produtos brasileiros mais exportados para os EUA são:

Impactos para Minas Gerais: risco de perda de até R$ 63,8 bilhões no PIB

Minas Gerais ocupa a terceira posição entre os estados brasileiros que mais exportam para os EUA, com US$ 4,62 bilhões exportados em 2024. Isso equivale a 2,3% do PIB estadual.

Produtos mineiros mais afetados pelo tarifamento:

Municípios como Guaxupé, Varginha, Sete Lagoas e Belo Horizonte estão entre os principais polos exportadores do estado.

Conforme a FIEMG, a adoção da tarifa americana pode causar uma redução de até R$ 21,5 bilhões no PIB de Minas (queda de 2%), além de retirar R$ 3,16 bilhões da massa salarial e ameaçar cerca de 187 mil empregos.

Se o Brasil responder com medidas semelhantes, o recuo no PIB estadual pode chegar a 2,85%. Em um cenário de retaliação mútua e fuga de investimentos, as perdas podem aumentar para R$ 63,8 bilhões, tornando mais de 443 mil empregos vulneráveis.

Setores mineiros mais expostos à crise

A necessidade do diálogo na esfera diplomática

A FIEMG alerta que a intensificação da guerra comercial representa um risco expressivo ao crescimento industrial e à estabilidade financeira do Brasil.

O posicionamento sugerido pela entidade é de firmeza alinhada à moderação nas ações do governo brasileiro.

“Revidar com tarifas equivalentes pode desencadear inflação e outros efeitos negativos no Brasil. Por isso, a diplomacia é o caminho mais sábio. Os EUA são um parceiro comercial tradicional, e é crucial manter o comércio ativo e complementar entre as duas economias”, destaca Flávio Roscoe, presidente da FIEMG.

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