Minas Gerais participa ativamente do Projeto Índice AGIR, voltado à gestão integrada de riscos na agropecuária brasileira.
O encontro presencial ocorreu na sede do Sistema Faemg Senar, em Belo Horizonte, reunindo pesquisadores, produtores rurais, instituições financeiras e agentes de extensão rural. A iniciativa visa identificar e medir os principais desafios enfrentados pelo setor agropecuário no Brasil.
Idealizado pelo Banco Mundial e pelo Ministério da Agricultura, o projeto é executado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da ESALQ/USP. A meta é criar um índice nacional de confiança no agronegócio, além de indicadores regionais, considerando as diversas realidades e experiências dos atores envolvidos.
Diagnóstico abrangente dos riscos no agronegócio mineiro
O coordenador do projeto, professor Gilson Martins, destacou que o índice ultrapassa a análise dos riscos climáticos, incluindo também aspectos econômicos, como mercado, crédito, logística, armazenamento, infraestrutura e instabilidade política.
“Buscamos criar um termômetro realista da vida no campo, que permita o desenvolvimento de estratégias eficazes de gestão dos riscos enfrentados pelos produtores rurais”, explicou.
Ebinho Bernardes, vice-presidente do Sistema Faemg Senar, enfatizou a importância da contribuição de Minas Gerais, referência nacional no agronegócio, para que a diversidade regional seja refletida no levantamento dos riscos.
Tópicos prioritários para os produtores rurais
No encontro, os participantes abordaram questões fundamentais para o setor, como:
- Facilitação do acesso ao crédito e expansão dos seguros rurais;
- Superação dos gargalos logísticos e melhorias na infraestrutura;
- Segurança pública no meio rural;
- Regularização e conformidade da produção agropecuária;
- Desafios relacionados a regulamentações e aspectos socioambientais.
Aline Veloso, assessora técnica do Sistema Faemg Senar, reforçou que a assistência técnica e as comissões temáticas conferem uma visão concreta da realidade do campo em Minas Gerais.
“Esse encontro presencial nos ajuda a captar uma visão ampla do estado. Complementaremos esses dados com informações diretas de produtores e técnicos, criando uma base sólida para ações futuras.”
Fases e calendário do projeto
O índice será desenvolvido em duas etapas principais:
- Fase qualitativa: realização de entrevistas e encontros com representantes do setor até o final do mês de julho.
- Fase quantitativa: aplicação de questionários em todas as regiões do Brasil, entre agosto e fevereiro do próximo ano.
Essa metodologia visa capturar a diversidade do agronegócio nacional para apoiar a formulação de políticas públicas eficazes, em níveis estadual e federal, que atendam às reais necessidades dos produtores rurais brasileiros.
Reflexos para o futuro do agro mineiro e brasileiro
Ao consolidar dados regionais e nacionais sobre riscos e desafios, o Projeto Índice AGIR oferece subsídios importantes para que gestores e agentes do agronegócio adotem práticas mais seguras e resilientes.
Minas Gerais, por sua vez, fortalece sua posição como protagonista, contribuindo de forma decisiva para a melhoria da gestão e desenvolvimento sustentável no campo.