O varejo restrito de Minas Gerais, responsável pela venda de bens essenciais, sofreu uma queda de 1,7% em abril de 2025, na comparação com março.
Esse dado, revelado pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG a partir da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, interrompe a sequência positiva de crescimento de 1,6% registrada em março, marcando a primeira retração do ano.
Retração pontual não afeta ritmo anual de crescimento
Apesar da queda em abril, a análise anual mostra aumento de 2,9% nas vendas do varejo em Minas Gerais quando comparado ao mesmo mês do ano anterior, indicando um ambiente de consumo aquecido.
Os setores que mais impulsionaram essa alta foram:
- Livros, jornais, revistas e papelaria, com crescimento de 17,4%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com alta de 8,1%
Esses segmentos mantiveram desempenho destacado também no mês de abril, sustentando o desempenho do varejo local.
Nos quatro primeiros meses do ano, o varejo mineiro acumula avanço de 2,1%, uma leve recuperação em relação a março (1,8%). Os principais destaques até aqui são:
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com alta de 8,5%
- Livros, jornais, revistas e papelaria, com crescimento de 5,4%
Esses índices revelam uma retomada moderada, impulsionada por nichos mais resistentes à atual conjuntura econômica.
Estabilidade marcada pela expansão em 12 meses
Considerando o acumulado de 12 meses até abril de 2025, o varejo em Minas Gerais apresenta crescimento estável de 2,5%, repetindo a taxa registrada no mês anterior.
O setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, com alta de 7,8%, continua sendo fundamental para essa tendência positiva.
A economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, destaca os desafios que afetam o consumo:
“Com a taxa Selic em 14,75% ao ano, o crédito se torna mais caro, desestimulando investimentos e compras parceladas. Entretanto, a desaceleração da inflação — que deve cair para 5,25% — ajuda a restaurar a confiança do consumidor de forma gradual.”
No varejo ampliado, que inclui atacado, veículos, autopeças e materiais de construção, abril registrou queda de 1,6%, frente ao crescimento de 1,2% no mês anterior.
A comparação anual também mostra retração de 0,6%, ainda que represente ligeira melhora em relação à queda de 1,3% em abril do ano anterior. O segmento mais impactado foi o atacado de alimentos, bebidas e fumo, com expressivo recuo de 8,5%.
Mesmo diante das dificuldades econômicas, o mercado de trabalho em Minas Gerais tem amenizado os efeitos da alta dos juros no consumo, comenta Fernanda Gonçalves:
“A aceleração na geração de empregos mantém o consumo ativo. No ano, o varejo cresceu 2,1%, com o setor de veículos, motos e peças se destacando ao registrar alta de 10,6% nos últimos 12 meses.”