O governador Romeu Zema anunciou a pausa temporária nas assembleias de consulta para implementação das escolas cívico-militares em Minas Gerais.

A medida foi tomada devido ao recesso escolar, período em que pais, professores e alunos estão afastados das atividades, o que poderia comprometer a participação no processo.

“Decidimos pela suspensão porque muitos pais já tinham planejado viagens, o que dificultaria a participação. Queremos garantir total transparência e envolvimento da comunidade escolar”, declarou o governador durante uma entrevista.

Consulta popular será retomada em agosto

Segundo Zema, a proposta das escolas cívico-militares está sendo construída de forma colaborativa, ouvindo professores, estudantes e responsáveis. “Esse projeto é fundamentado no diálogo e na adesão consciente, não em imposições. Com a aprovação, algumas escolas poderão migrar para esse modelo, ampliando a diversidade educacional no estado.”

O secretário de Educação, Igor de Alvarenga, confirmou que após o recesso, no início de agosto, o processo será atualizado com novas orientações para alunos e docentes. “As decisões já tomadas antes das férias serão respeitadas, mantendo a escuta atenta das comunidades escolares.”

Entenda como funciona a consulta

Desde o final de junho, as escolas selecionadas promovem assembleias extraordinárias que reúnem toda a comunidade escolar para debater a implementação do modelo cívico-militar.

A manifestação deve ser registrada em ata e oficializada pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) via website.

Mesmo com aprovação da comunidade, a adesão final depende de análise técnica da SEE/MG, que também definirá o número de escolas participantes e o orçamento necessário.

Parceria integrada com Polícia Militar e Corpo de Bombeiros

O modelo das escolas cívico-militares é resultado de uma cooperação entre a SEE/MG, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, unindo forças para reforçar disciplina, valores cívicos e ambiente escolar organizado.

Importante destacar que o conteúdo pedagógico segue a Base Nacional Comum Curricular, ou seja, não sofre alterações.

Esse modelo complementa a educação tradicional, valorizando o comportamento ético, o respeito e o convívio democrático entre os estudantes.

Resultados positivos desde a implantação

Implementado em 2020, o programa já apresenta resultados expressivos. Na Escola Estadual Princesa Isabel, em Belo Horizonte, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio subiu de 5,1 para 6,2.

Além disso, a evasão escolar diminuiu significativamente, com a taxa de abandono caindo de 4,92% para 2,96% em um ano.

As taxas de aprovação são bastante elevadas: acima de 92% no ensino fundamental e em torno de 83% no ensino médio, conforme dados recentes.

Melhoria no clima escolar e engajamento dos alunos

A Pesquisa de Clima Escolar mais recente mostra avanços no envolvimento dos estudantes, que avaliam positivamente o ambiente escolar e o sentimento de pertencimento.

As notas de engajamento variam entre 4,36 e 5,69, indicando uma convivência escolar mais harmoniosa e participativa.

Com a suspensão temporária das assembleias, o governo estadual visa garantir um debate mais qualificado, reforçando a representatividade e o diálogo no desenvolvimento da educação pública em Minas Gerais.

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