A Copasa, Companhia de Saneamento de Minas Gerais, anunciou um investimento de R$ 1 bilhão para modernizar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Onça, situada em Belo Horizonte, tornando-a a mais avançada do Brasil em tecnologia e eficiência. Essa iniciativa representa um marco no setor de saneamento básico nacional, com grande impacto na recuperação ambiental da Bacia do Rio das Velhas.

Investimento histórico que transforma o saneamento em Minas Gerais

Na cerimônia de lançamento do projeto, o governador em exercício do estado ressaltou o caráter inovador e estratégico do investimento para a infraestrutura de esgoto. “Esse é o maior aporte feito pela Copasa em várias décadas, expandindo e aperfeiçoando a capacidade da ETE Onça, o que posiciona Minas Gerais entre os líderes em gestão hídrica no país”, afirmou.

Atualmente, a ETE Onça trata cerca de 1,8 mil litros de esgoto por segundo, beneficiando mais da metade da população de Belo Horizonte e de Contagem. Após a ampliação, a capacidade aumentará para 2,7 mil litros por segundo, garantindo maior eficiência no atendimento e cobertura ampliada dos serviços.

Tratamento terciário: avanço tecnológico que protege o meio ambiente

Um dos diferenciais do projeto é a implantação do tratamento terciário, etapa que vai além da remoção básica de matéria orgânica e foca na eliminação de nutrientes como nitrogênio e fósforo, causadores de eutrofização em corpos d’água. Somado a isso, será adotado sistema de desinfecção por radiação ultravioleta, que assegura que o efluente tratado tenha padrão elevado de qualidade e segurança ambiental.

Essa modernização atende à Deliberação Normativa Conjunta Copam/CERH-MG, que determina limites mais rígidos para o lançamento de efluentes, principalmente quanto à remoção do nitrogênio amoniacal.

Desenvolvimento regional e geração de empregos com a expansão da ETE Onça

Além dos aspectos ambientais e técnicos, o investimento tem grande relevância socioeconômica. A expectativa é gerar cerca de 1.200 empregos diretos e indiretos durante a execução das obras e manutenção futura, fomentando a economia local e regional.

Para o presidente da Copasa, esse projeto representa um compromisso firme com a universalização do saneamento nos 637 municípios sob concessão, tornando a ETE Onça uma referência de sustentabilidade e eficiência operacional.

Sustentabilidade integrada: reaproveitamento de subprodutos

O projeto destaca-se pelo uso de soluções sustentáveis, como duas centrais para tratamento de lodo e biodigestores anaeróbicos. Esses biodigestores permitem o reaproveitamento do biogás gerado e transformam o lodo em fertilizante orgânico, alinhando a estação às práticas ambientais mais avançadas do mundo.

Essa abordagem transforma resíduos em recursos valiosos, reforçando o compromisso da Copasa com a economia circular e a redução do impacto ambiental do saneamento.

Inovação digital e gestão inteligente para a ETE Onça

O projeto moderno incorpora tecnologias digitais de última geração. Entre as soluções previstas estão maquetes interativas em 3D, uso de realidade virtual para visitas técnicas e QR Codes instalados em equipamentos que fornecem dados em tempo real sobre o funcionamento da estação.

Também será implementado um sistema robusto de cibersegurança, garantindo a proteção das informações e a operação segura da estação. Uma sala de controle equipada com monitores e telas de supervisão integrará o monitoramento remoto e o acompanhamento simultâneo de diversos parâmetros operacionais.

Inaugurada originalmente em 2006 e ampliada em 2010, a ETE Onça já desempenha papel crucial no saneamento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, atendendo aproximadamente 1,5 milhão de habitantes. A nova fase consolidará sua atuação como modelo de eficiência e responsabilidade social.

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