Inadimplência em Belo Horizonte cresce 2,81% em maio, com destaque para mulheres negativadas
A inadimplência entre consumidores na capital mineira registrou alta de 2,81% em maio, em comparação ao mesmo período do ano anterior, passando de 0,46% para 2,81%. Esse crescimento é influenciado por juros altos, inflação persistente, prioridade no pagamento de despesas essenciais e maior uso do cartão de crédito.
“Maio registrou a maior alta anual de inadimplência de pessoa física em Belo Horizonte nos últimos meses. Esse cenário revela fragilidade econômica após um período de recuperação no segundo semestre anterior”, observa o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.
Segundo ele, a dificuldade em quitar dívidas acumuladas tem elevado o índice de consumidores negativados, evidenciando o cenário econômico desafiante para as famílias locais.
Dívidas acima de R$ 5 mil entre os belo-horizontinos
O valor médio da dívida dos moradores de Belo Horizonte está em R$ 5.352,79, um aumento de 1,19% em relação ao valor médio de R$ 5.289,70 registrado no mês anterior. Dividindo por gênero, o débito médio das mulheres é de R$ 5.305,48, enquanto o dos homens chega a R$ 5.621,98.
As mulheres lideram o ranking de inadimplência, representando 46,85% dos registros de negativação. Por faixa etária, o grupo entre 40 e 64 anos é o mais afetado, com 46,04%, seguido pelas pessoas de 25 a 39 anos (31,63%), com 18,36% acima de 65 anos e 3,72% entre 18 e 24 anos.
Média de dívidas por faixa etária
Confira o valor médio das dívidas acumuladas segundo a idade dos inadimplentes:
- 18 a 24 anos – R$ 3.491,76
- 25 a 29 anos – R$ 5.307,94
- 30 a 39 anos – R$ 6.364,70
- 40 a 49 anos – R$ 6.095,67
- 50 a 64 anos – R$ 5.158,25
- 65 a 84 anos – R$ 4.266,88
- 85 a 94 anos – R$ 2.652,37
- Acima de 95 anos – R$ 1.789,73
“As faixas mais jovens e as mais idosas apresentam níveis menores de endividamento, o que pode indicar menor acesso ao crédito ou necessidade reduzida de contração de dívidas”, explica Marcelo de Souza e Silva.
Em relação ao crescimento de contas em atraso, os registros aumentaram 7,64% em comparação ao ano anterior, com alta de 1,98 pontos percentuais desde abril, marcando a maior elevação mensal do ano.
Inadimplência empresarial também sobe em Belo Horizonte
A inadimplência entre empresas na capital mineira também apresentou aumento significativo em maio, subindo 7,85% frente ao mesmo mês do ano anterior. Essa alta é a maior dos últimos dois anos. Apesar disso, o índice local permanece inferior às médias nacional (9,42%), estadual (9,81%) e da região Sudeste (8,19%).
A elevação da taxa Selic impacta diretamente o custo do crédito e dificulta o acesso ao capital de giro, pressionando a capacidade financeira das empresas, conforme destaca o presidente da CDL/BH.
O valor médio das dívidas empresariais em Belo Horizonte foi de R$ 5.717,98 em maio. Os setores mais afetados são Serviços (50,33%) e Comércio (27,40%), seguidos pela Indústria (6,01%) e Agricultura (0,12%).
As contas em atraso concentram-se principalmente em serviços de comunicação (10,34%), instituições financeiras (7,98%), contas de água e luz (1,42%) e comércio (0,52%).
O cenário de altas taxas de juros, custo de crédito elevado e renda limitada segue pressionando tanto consumidores quanto empresas em Belo Horizonte. Superar essas dificuldades requer planejamento financeiro rigoroso e políticas públicas alinhadas à realidade econômica atual.
Estratégias para lidar com a inadimplência em BH
Frente ao aumento da inadimplência, tanto consumidores quanto empreendedores precisam adotar práticas para equilibrar as finanças:
- Controle rigoroso do orçamento: Monitorar receitas e despesas para evitar o acúmulo de dívidas;
- Priorizar pagamentos essenciais: Energia, água, alimentação e moradia devem ter prioridade;
- Renegociação de dívidas: Buscar acordos que possibilitem parcelamentos e redução de multas;
- Uso consciente do crédito: Evitar o uso excessivo do cartão de crédito para despesas correntes;
- Educação financeira: Buscar informações e cursos para melhorar o planejamento e o consumo.
Além das medidas individuais, a atuação dos órgãos públicos e privados é fundamental para promover um ambiente econômico favorável à recuperação financeira das famílias e ao fortalecimento do comércio local.