A Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia solicitando a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a uma pena que pode chegar a 43 anos de prisão.

Segundo a PGR, Bolsonaro teria liderado um esquema que envolveu militares, políticos, policiais e servidores públicos, com o intuito de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo após a confirmação dos resultados das eleições de 2022.

A acusação destaca que o ex-presidente agiu de forma “consciente, voluntária e decisiva” para tentar romper a ordem institucional, utilizando o prestígio do cargo e a máquina pública para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro e fomentar um ambiente propício a um golpe de Estado.

Papel de Jair Bolsonaro na estratégia segundo a PGR

Para a PGR, Bolsonaro teve um papel fundamental e central no plano apresentado contra a posse do presidente eleito.

Os principais elementos da denúncia incluem que Bolsonaro:

A denúncia reforça que Bolsonaro foi o “representante máximo da autoridade política” do grupo, sendo sua liderança “indispensável para conferir força, alcance e aparente legitimidade à trama golpista”.

Seus atos serviram como motivação simbólica para que outros integrantes do grupo agissem.

Crimes denunciados e penas requeridas pela PGR

A PGR pede a condenação dos acusados pelos seguintes crimes, com suas respectivas penas:

Levando em conta o protagonismo de Bolsonaro e sua persistência na conduta ilegal mesmo diante de alertas, a PGR requer a aplicação das penas máximas para cada crime, somando até 43 anos de prisão.

Além disso, solicita a perda de direitos políticos, a inelegibilidade e a obrigação de ressarcimento por danos morais coletivos, a ser compartilhada com os demais acusados.

Próximas fases do processo no STF

Após o envio das alegações finais, o processo seguirá para a análise das defesas dos réus. O primeiro a se manifestar será Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro e um dos delatores do caso. Em seguida, os demais acusados poderão apresentar suas versões.

Embora o Supremo esteja em recesso até o fim do mês, os prazos processuais continuarão válidos, especialmente porque há réus presos, como o general Walter Braga Netto.

O julgamento ficará a cargo da Primeira Turma do STF, formada pelos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. Caso haja condenação, a fixação das penas pode acontecer na própria sessão.

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