Quase 400 mil consumidores enfrentaram interrupção no fornecimento de energia elétrica devido a incidentes com pipas no primeiro semestre de 2025, revela levantamento da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

O problema se intensificou em junho, mês responsável por 150 mil desligamentos, representando 38% do total no período, com um salto de 60% em relação aos primeiros cinco meses do ano.

Foram contabilizadas 1.338 interrupções relacionadas às pipas em Minas Gerais, sendo 694 apenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, afetando mais de 250 mil unidades consumidoras nessa região.

Pipas e responsabilidade: evitando riscos na rede elétrica

Para a Cemig, soltar pipa não é o problema, mas a ausência de cuidados é o que gera riscos. César de Jesus Souza, técnico em Segurança do Trabalho da companhia, destaca que a diversão deve ocorrer longe dos sistemas elétricos:

“A brincadeira é saudável quando feita com segurança. O perigo aparece ao se soltar pipas perto de fios, postes ou equipamentos elétricos, causando acidentes e quedas de energia que atingem milhares de casas.”

Complicando a situação está o uso de linhas cortantes como cerol e linha chilena, proibidas por lei em Minas Gerais. Essas linhas podem cortar cabos de alta tensão e provocar choques elétricos graves, além de danificar a estrutura elétrica.

Não arrisque: nunca retire pipas enroscadas na rede elétrica

A Cemig alerta que tentar retirar pipas presas aos fios é extremamente perigoso e pode causar acidentes fatais.

“Linhas com cerol ou materiais metálicos conduzem eletricidade. Mesmo sem tocar diretamente, a proximidade da rede pode gerar choque elétrico, curto-circuitos e rompimento de cabos”, esclarece César Souza.

Proibição legal do cerol e linha chilena no estado

Desde dezembro de 2019, a Lei Estadual 23.515/2019 vetou a fabricação, venda e uso de linhas cortantes para pipas, com a intenção de proteger vidas e assegurar a segurança das redes elétricas.

A Cemig mantém campanhas educativas durante o ano todo, realizando ações em escolas e comunidades para alertar sobre os riscos dessa prática inadequada.

O volume de ocorrências tende a subir nas férias escolares, o que reforça a necessidade de medidas preventivas mais intensas nesse período.

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